“A liberdade é terapêutica”: conheça o projeto Enloucrescer, de Blumenau, e as ações pelo Dia Nacional da Luta Antimanicomial 583p4

Ação acontece na quinta-feira, 15 6g1k2t

Em todo o Brasil, o mês de maio é marcado pela mobilização em torno do Dia Nacional da Luta Antimanicomial, celebrado em 18 de maio. A data relembra a desativação de um antigo manicômio em Minas Gerais e simboliza a resistência contra práticas excludentes no tratamento de pessoas com sofrimento psíquico.

Em Blumenau, a luta é representada por iniciativas como o projeto Enloucrescer, que atua há mais de 20 anos na defesa dos direitos das pessoas em sofrimento mental. O projeto é promovido em parceria com a Furb e outras entidades comprometidas com a saúde mental e os direitos humanos.

A Associação Enloucrescer foi criada em 1998 e é uma entidade sem fins lucrativos que luta para garantir os direitos das pessoas com sofrimento psíquico. Podem participar da associação usuários da Rede de Atenção Psicossocial, além de membros da sociedade civil, voluntários, profissionais, estudantes e instituições. A Enloucrescer atua na promoção da cidadania, da inclusão social e na defesa de políticas públicas intersetoriais e humanizadas.

Com o lema “A liberdade é terapêutica”, está programado para essa quinta-feira, 15, das 8h às 16h, um evento em Blumenau em alusão ao Dia da Luta Antimanicomial. A atividade contará com rodas de conversa, oficinas, exposições, apresentações musicais e uma feira de Economia Solidária.

Um dos destaques da programação será o ato público às 11h, no qual os participantes são convidados a levar seus cartazes e manifestos em defesa do cuidado em liberdade.

Desafios pela frente 3p204c

A assistente social Alessandra Sousa, da Associação Enloucrescer, destaca que ainda há muitos desafios no campo da atenção psicossocial.

“Atualmente ainda existem pessoas internadas em instituições de longa duração, devido ao sofrimento psíquico, e não há, nos municípios, uma política pública que busque efetivamente a desinstitucionalização. Blumenau também mantém internações em clínicas particulares, pagas pelo município por meio da assistência social, que demandam uma ação intersetorial de diversas políticas para avaliar as condições de desinternação”, afirma.

Segundo ela, a ausência de políticas públicas integradas dificulta o cuidado continuado em liberdade.

“Outro desafio é a implementação dos dispositivos de cuidado, como residências terapêuticas, programas efetivos de geração de trabalho e renda e o à moradia. Porque o cuidado não é feito apenas pela política de saúde, mas por todas as políticas públicas de forma geral. O o à cultura e à arte, por exemplo, ainda é desigual, com grupos sociais mais vulneráveis enfrentando barreiras de o a espaços e atividades culturais.”